Havia ido no Rio no Congresso da UJS no ano de 2012, mas foi uma viagem rápida, fria, sem muitos atrativos. Dessa viagem me lembro de ter passado pelo Maracanã, andado no metrô, ido tomar vinho em Copacabana e um breve passeio (num dia frio e nublado) pela orla da mesma. Mas dessa vez foi diferente, fui em clima de entrega, conhecimento, ímpeto de mudar de ares - para aqueles ares. E foi um aprendizado maravilhoso.
No Rio, os poucos dias que passei (do dia 03/02 ao 07/02) foram preponderantes para a minha avaliação daquilo que vivo na Grande Vitória e, futuramente, do que viverei no Rio de Janeiro. E isso me anima, empolga, seduz. Dificuldades por dificuldades, ah, prefiro as de lá do que as daqui. Vontade de lutar, eu tenho. Força, também.
O que mais me chocou foi a simpatia e simplicidade do povo carioca, que é totalmente o contrário da postura de vida das pessoas, em especial, da Grande Vitória, no Espírito Santo. Não tenho que fazer "a bonita" e ficar tentando, aqui, em vão, elogiar ou tentar amenizar o que vi, vivi, sofri, passei. Sou sincera, leal, fiel, pode ter certeza que estou certa em minhas conclusões e aonde me dói, ah, isso sim, só eu sei. Então vamos lá, sinceramente - e obviamente - aqui não é lugar para quem quer vencer. Para mim, as pessoas da GV são muito frias, fechadas, antipáticas, mesquinhas, sem educação, desrespeitosas, fúteis, desleais, falsas, intolerantes, grossas, exageradas, enfim, ainda poderia citar mais zilhões de defeitos daqui, mas não quero ser tão indelicada. Ah, o povo daqui também é indelicado e agressivo. Pronto. Minha conclusão depois de 5 anos morando aqui em Vila Velha é que, isso aqui não é terra para mim, para meus sonhos, minha família, minha vida, minha arte. Preciso, quero e vou me encontrar em um lugar que seja no mínimo - totalmente - ao contrário das características que vos disse acima. Eu necessito aquele calor carioca. Sim, me apaixonei.
Eu gosto do meu Espírito Santo, do interior sul, gosto do litoral sul, gosto do lugar que nasci (Cachoeiro de Itapemirim), sim, interior, roça, zona rural, seja lá qual for, sua grandeza é maior do que os moldes sujos da capital. O Espírito Santo é um estado pequeno pelas suas capacidades de ser somente pequeno. Não há vontade de crescer, ser, aparecer. E isso não me seduz. O que existe em mim grita alto: Liberdade, voz, verdade, luz, arte.
Me arrependi amargamente de ter mudado de Marataízes para Vila Velha. Lá pelo menos é um lugar com pessoas nobres, de valores e grande coração. Não me envergonho de dizer que não gosto daqui, que aqui não há oportunidade, honestidade, gentileza. Há exceções sim, claro, sempre há, pessoas de boa índole, bom coração, solidarias, leais. Mas o que me assusta é isso ser tão raro.
No Rio, junto com meu marido Gabriel, desfrutei das maravilhas da cidade maravilhosa. Foi lindo estar lá. Cenários magníficos. Paixão. Participei do Curso de Interpretação para TV e Cinema com o ator Cécil Thiré, na CAL (Casa das Artes de Laranjeiras) e foi uma experiência riquíssima, principalmente com aquela turma sensacional que também fez parte desse momento especial da minha vida. Muito feliz por tê-los conhecido. Todos.
Cécil, para mim, foi uma figura interessantíssima de se conhecer, pela sua experiência, carreira, seus papéis inesquecíveis, enfim, foi ótimo estar em sua presença. Emocionante à flor da pele. Lembro de como eu amava À Próxima Vítima. Obrigada, Cécil.
As pessoas do Rio são maravilhosas, solicitas, quentes, alegres, sexys, bonitas, inteligentes, amigáveis... Putz, o Rio é foda, o carioca é foda, a bossa nova é foda. Bem, só tenho que levantar as mãos pro céu e agradecer pela oportunidade de conhecê-lo melhor, e que brevemente, estarei desfrutando de suas belezas e oportunidades incisivamente. Até que enfim.