Dia 06/04 (domingo) tive o privilégio de rever a peça Credores, no espaço Casa Vermelha, na Cidade Alta em Vitória. Primeiramente gostaria de ressaltar a importância desses espaços artísticos na cidade de Vitória, ainda são poquíssimos, mas ao passar dos anos vem surgindo cada vez mais lugares e lugares para o artista capixaba explorar/trabalhar/apresentar sua arte, que ainda é - infelizmente - desvalorizada no nosso pequeno estado.
A Casa Vermelha, da simpaticíssima Edilamar, é um espaço que está surgindo aí, com mais possibilidades de trabalhos para admiradores e funcionários das artes. Só desejo sucesso. Espero que cresça, para termos mais um espaço de trabalho, estudo, ensaio... Enfim, parece que está havendo uma boa mobilização artística para que as coisas aconteçam de fato.
Bem, agora vamos ao espetáculo "
Credores". Já havia assistido no Aldeia Sesc ano passado, e essa peça nunca saiu da minha cabeça devido a competência e proposta sólida do grupo, que está cada vez mais bem integrado, despojado, vivo, com uma relação forte e intensa com o público. Me surpreendi novamente, cada mudança nos remete a um novo estudo, possibilidades e descobertas, assistir uma peça mais de uma vez é também se descobrir e ir vê-lo longe de alguns pré-conceitos já criados com o que foi visto anteriormente. Pra que está ali, asssitindo, em especial pela segunda, terceira, quarta vez, o aprendizado e a mente trabalham de forma diferente, tirando o fato da já pré-disposição acomodada do "eu já vi, eu já sei". Aaaah... com peças de teatro a novidade é sempre enorme, pois tudo pode mudar, ou simplesmente algumas sutilezas, que mudam o meado da história.
A trilha, sem comentário, Murilo é demais, essa ligação dele com o público e o elenco, um "fio condutor", um poeta musical, dá um link perfeito com o espetáculo em si, e isso meche com nossa imaginação completamente. É excelente os sons e o clima que eles nos provocam. É excitante, tenso, forte, doloroso, é um jogo.
Do elenco, o que posso dizer, além da beleza e talento de todos? Bem, vamos começar: Lorena, linda, perfeita, sexy (sem ser vulgar rs), instigante, provocante, Teca que encanta, que apaixonada, e ela eleva a várias dimensões esse seu poder sobre todos (e todas). Trabalho competente, despojado, livre, uma entrega linda. Daniel, sempre maravilhoso, dá raiva e ódio, mas uma sensualidade total, naquele meio que paira entre o sexy, sensual, o tesão e a repulsa, o nojo, a prepotência. Demais, eu o amo e o odeio. E amor e ódio estão tão ligados. E João, que vi em "A Mais Forte", e agora me delicio com a evolução de seu trabalho, forte e competente, que está cada vez mais sólido e instigante. Só tenho que dar parabéns e desejar muita merda para essa trupe que vai longe.
E precisando de alguém, estamos aí!
Obrigada, Boyásha Trupe, por um espetáculo tão grandioso. Sucesso e merda sempre para - todos - nós. ;D